quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Artigo: "No mínimo, como animais"

Rafaela Pereira Raphael Ferreira,
é estudante.

Visando inibir a propagação do caos, os espetáculos punitivos das forcas, decapitações e fogueiras cedem lugar à aglomeração animalesca de humanos, escondida do conhecimento bruto social e da conscientização humana com sofrimentos mais sutis e velados. Descarregados por caminhões de carga, à mercê de um futuro imprevisível, os presidiários brasileiros são trancafiados em "jaulas" humanas, mais precárias do que as encontradas em zoológicos, soterrados e atirados ao limbo social, disputando não só o direito à vida como também um espaço para respirar e comer devido à Superpopulação prisional. 
Meio a depósitos humanos, o incentivo ao ócio é tão prejudicial ao bolso público quanto ao estado mental e psíquico do indivíduo, pois além de incentivar o descontentamento e promulgar a raiva, contribui no enraizamento de uma escola de aperfeiçoamento do crime, local em que ocorre a perda da dignidade como ser humano e a perda do respeito e da tolerância com o outro.
Vivemos imersos num mundo cercado pela barbárie da ignorância e muitas vezes pelo déficit ao anseio pela vida, resultando em atentados contra o direito de todos. A justiça não está atrelada à selvageria, de forma que a repressão penal não deve se justificar de meios desumanos para manter a educação social. No Brasil, por exemplo, ainda há cerca de 70% de reincidência carcerária, já que a falta de estrutura impede a educação do preso meio às ilegalidades sociais.
Mantendo uma cultura de que bandido só é bom se morto, estaremos destinados ao abismo da ignorância mútua, perpetuando o zoomorfismo e a intolerância; além de incentivar o extermínio e a extinção da raça humana.
É de extrema importância que ocorra a ressocialização do preso através da interferência estatal por meio de postos de trabalho, uma forma de atribuir sentido à propriedade; aulas e incentivo ao estudo diário; reestruturação das celas, para que não ocorra superlotação, e se possa manter a dignidade no cárcere e centros culturais que estimulem a percepção do indivíduo na necessidade de se preencher um espaço digno e correto, meio aos filhos da pátria brasileira.⁠⁠⁠⁠

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